A Alegria Que Encarna
Lembram-se da segunda sessão do II Concílio do Vaticano, quando Paulo VI convoca a segunda sessão do concílio? Depois da morte de João XXIII, ele podia não ter convocado essa segunda sessão, mas convocou-a; e na abertura da segunda sessão tem estas palavras espantosas: “Que o mundo saiba, a Igreja ama-o. E olha para ele não para o condenar, mas para o servir, para o salvar.”
“Que o mundo saiba, a Igreja ama-o.” Até soa estranho para nós cristãos. E não deveria soar estranho. Esta ideia de que – não sejamos ingénuos – estamos no mundo para o transformar, não para o condenar. Denunciando o que está mal, é óbvio, mas para o transformar à luz da Palavra.
Queremos nós, comunidades cristãs, ser testemunhos desta presença de Deus? Então talvez a nossa principal missão não seja anunciar a condenação, mas a presença deste Deus que ama profundamente o mundo, que ama profundamente a condição humana. E o que celebramos no Natal é isso mesmo: a certeza desta presença que nos interpela a fazer diferença, a transformar o mundo ao serviço da dignidade humana. E essa é talvez hoje também uma palavra de esperança que é necessária, que é urgente.