Evangelho de São Mateus
Este evangelho está marcado pelas várias referências à presença de Jesus no monte: num monte ocorrem a terceira tentação (4,8-10), o primeiro grande discurso de Jesus (5-7), a oração solitária e prolongada durante a noite (14,23), o encontro com as multidões; e para aí levam os estropiados, os coxos, cegos e paralíticos para serem curados (15,29-30). É o lugar da transfiguração (17,1), antecipação da glória do Ressuscitado. E, finalmente, é no monte que se dá o encontro do Ressuscitado com os Onze. A imagética do monte ilustra uma das ideias fundamentais do evangelho, que apresenta Jesus como o novo Moisés, que vem completar e levar a cumprimento o que Moisés começou no monte Horeb. Por isso, no monte da Galileia, os Onze são enviados pelo Ressuscitado. O Evangelho de Mateus é uma obra de intencionalidade fortemente focada; e tanto a sua abrangência temática como o sopro arrebatado da sua redação justificam plenamente a circunstância de, ao longo de dois mil anos, este texto se ter constituído como Evangelho favorito das Igrejas e dos cristãos.