Caros amigos e irmãos em Cristo de Alvor e nas suas comunidades e Pedra Mourinha:

Com alegria vos saúdo e vos abraço informal mas virtualmente, neste tempo de recolhimento em que a pandemia parece dominar o mundo e onde parece, por vezes, na vida de tantos irmãos, pandemia e “pandemónio” parecem estar próximos.

São grandes os laços de amizade que nos unem, por isso, não posso deixar de vos expressar e dirigir algumas palavras, nesta semana. “Longe da vista”, mas unidos no coração, na fé e amizade, desde Vila Nova de Gaia, vos saúdo.

Primeiro, pela nossa amizade; em segundo lugar, porque na “vida normal” estaria aí convosco, mais uma vez este ano, para a Páscoa Jovem, como aconteceu no ano passado e já estávamos a preparar.
Deus quis e permitiu que este ano fosse tudo diferente, pois o homem propõe mas Deus é que dispõe.

Por isso, recordo o que fizemos o ano passado porque era semelhante ao que se previa este ano:

Na Terça e Quarta Feira Santas, visitaríamos doentes e idosos nos Montes de Alvor –nas casas e no Centro de Dia, com uma Via Sacra na rua e idosos no lar de Alvor e na Pedra Mourinha. onde haveria um momento de Oração Jovem.

Na Quinta Feira Santa, após uma oração muito cedo nos Montes de alvor, iríamos a Faro, à missa crismal, na Sé, unidos a todos os sacerdotes e ao Sr Bispo para, à tarde, virmos celebrar na comunidade a Ceia do Senhor, com lava pés, e, à noite, a adoração do Santíssimo.

Na Sexta a manhã de deserto que vivemos, no ano passado, em Espiche e Budens, e a tarde de Celebração da Paixão de Cristo com adoração da Cruz e, à noite, a procissão do enterro do Senhor.

No Sábado, havia as Laudes e, depois de um dia de passeio, preparação e a Vigília Pascal.


Mas, como a situação é diferente:

A Quinta Feira Santa foi celebrada de forma nova, única no despojamento, sem missa crismal para celebrar o dia dos Sacerdotes, porque estes que não puderam estar presencialmente unidos ao seu  Bispo e ao clero com quem trabalham e servem a Igreja,

Um dia único, com o povo à distância a celebrar a ultima ceia e sem lava pés.

Esta Sexta feira Santa, estamos a vive-la com Cristo, que abraçou até ao fim a sua missão e abraçando, na Cruz, cada um de nós. Estamos vivendo esse amor no nosso isolamento e na intimidade do nosso lar ….

…Assim, entrámos no Tríduo da Páscoa em que a partir de Quinta à noite, celebrámos a última Ceia ao final da tarde. Sexta Feira Santa hoje celebramos a morte e sepultura de Jesus, até chegarmos à grande noite da Vigília Pascal e ao dia da Ressurreição.

Não lavámos as mãos, como Pilatos que, por cobardia, fugiu ao compromisso mas , no silêncio e em espírito de serviço, pomo-nos junto a João que ,discretamente, acompanhou Jesus, não se foi embora como os outros discípulos mas ficou com Ele até ao fim, sempre fiel. Por isso, também foi dos primeiros a SABOREAR A ALEGRIA DA RESSURREÇÃO DE JESUS.

Façamos como João e as mulheres, fiéis até ao fim, no silêncio dos vossos lares e corações onde vai ser Páscoa se Deus quiser, aí abrindo o coração e a porta a JESUS RESSUSCITADO.

Entrai assim, no espírito da Páscoa, em família…Unidos aos de perto e aos de longe.

Unidos em comunhão de fé e oração no Senhor das nossas vidas que é a NOSSA PÁSCOA e com queremos RESSUSCITAR.

Vivendo o dia a dia, sem programas, porque Deus é que sabe quando, digo-vos:

Até breve ou até sempre, isto é , quando Deus quiser …
FELIZ e FECUNDA PÁSCOA A TODOS VÓS

Abraço virtual ao P. Miguel e a todos vós, em Cristo Ressuscitado